sábado, 17 de abril de 2010

Teoria do Tempo

Certo dia, estava eu lendo um livro qualquer, quando me veio uma ideia um tanto quanto abstrata: O presente não existe. Por mais absurdo que possa parecer à primeira vista, consegui provar ser verdadeira tamanha fertilidade imaginária. Contei e recontei para meus amigos o porquê de minha teoria, em busca de uma explicação que furasse o meu pensamento. Por esse motivo, lhe escrevo.
Primeiramente, vamos entender o que é o passado, o presente e o futuro. Bem, o passado é tudo aquilo que já aconteceu, como o início da vida, a revolução francesa, o atentado de 11 de setembro e tudo aquilo que você fez antes de ler o que escrevi. Já o futuro, é tudo aquilo que ainda vai acontecer, servindo como exemplo a cura do câncer, viagem tripulada à Marte e o dia de amanhã. Porém, o presente, em termos mais simples, é tudo o que acontece agora, nesse exato momento; por exemplo, a leitura de meu email.
Tomemos o presente como sendo o ano de 2010. Seria possível tal associação? Não. O presente não pode ser o ano de 2010, porque nesse intervalo de tempo várias coisas já aconteceram (como a enchente do Rio de Janeiro) e várias coisas ainda vão acontecer (a Copa do mundo).
Se um ano não é o presente, que tal um mês? Impossível, pois, da mesma forma que várias coisas aconteceram e acontecerão ao longo de um ano, o mesmo fato ocorre para um mês. Analogamente, o mesmo acontece para um dia, uma hora, um segundo e assim infinitamente, já que o tempo pode ser dividido infinitas vezes (assim como uma régua, uma linha, uma folha de papel, células, átomos e assim por diante).
Agora fica fácil entender porque o presente não existe. Pensando dessa forma, não existe um momento que possa ser definido como presente, um intervalo de tempo em que não haja passado e futuro. Ora, se o presente não existe, então o que existe?
Uma ideia um tanto quanto perturbadora de minha parte pode explicar esta indagação. Tudo o que acontece, na verdade já aconteceu e ainda acontecerá, ao mesmo tempo. Da mesma forma, tudo o que ainda vai acontecer já aconteceu e tudo o que aconteceu ainda vai acontecer. O passado é o futuro conhecido e o futuro é o passado incerto.
Se um ano fosse o presente, pensemos um pouco sobre o que isso significaria. Ora, o presente é tudo aquilo que acontece, mas nós sabemos que em um ano várias coisas aconteceram e acontecerão. Então o presente é, na verdade, tudo aquilo que já aconteceu e tudo aquilo que ainda vai acontecer. Se um ano fosse presente, estaria certo dizer que eu já o vivi e que eu ainda vou vivê-lo?
Vamos um pouco mais além. Se ao invés desse ano, adotássemos esse século como o presente? Logo, como fizemos anteriormente, tudo o que acontecerá neste século já aconteceu e, semelhantemente, tudo o que já aconteceu ainda irá acontecer. Consequentemente, eu e você estamos mortos, mas eu e você ainda vamos morrer. Nós somos, por mais absurdo que possa parecer, mortos-vivos.
É por esse motivo que professores de história dizem que a história vive em constante mutação, que o passado vive mudando. É por isso, também, que existe o destino: pelo fato de tudo o que vai acontecer já ter acontecido. Porém, a mais importante consequência: é por isso que o homem nunca conseguirá viajar no tempo. Tudo já aconteceu e tudo ainda acontecerá. Sem essa delimitação de passado, presente, futuro, não existe como o homem voltar ao passado se o passado ainda vai acontecer.
Consequentemente, vivemos em uma dimensão líquida, que não tem uma forma definida. É possível que um dia essa dimensão vá a “entrar em ebulição”, destruindo tudo o que sabemos ou criando uma nova dimensão.
Eu suplico o seu entendimento e compreensão. Agradeço pela sua paciência e admiro (caso tenha acreditado em minha ideia absurda) sua compreensão. Se não for pedir muito, peço também que me responda, explicando aonde minha teoria falha e também se existe alguém que teve a minha ideia – não lhe escrevi com o intuito de plagiar.
Muito obrigado.

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